segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PLE - Bibliografia Anotada 


A primeira referência bibliográfica que vos trago é a seguinte:


Dabbagh, N., & Kitsantas, A. (2012). Personal Learning Environments, social media, and self-regulated learning: A natural formula for connecting formal and informal learning.  Internet and Higher Education, 15, 3-8. Acedido a 03 de dezembro, 2012, de http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1096751611000467#


Este artigo relata como as PLEs (sigla para Personal Learning Environment) podem servir as plataformas de Sistema de Gestão de Aprendizagem (LMS), de forma a integrarem as aprendizagens formais e informais dos estudantes promovendo uma aprendizagem autorregulada num contexto de ensino superior. Segundo os autores, este artigo prevê uma recensão bibliográfica que suporte esta visão, conceptualize a ligação entre PLE, media social e autorregulação das aprendizagens, assim como fornecer um terceiro nível de framewok pedagógica usando ferramentas de media social para criar PLEs que apoie os estudantes a produzirem aprendizagens autorreguladas (Dabbagh & Kitsantas, 2012).  

Este artigo revelou-se, do meu ponto de vista, interessante na medida em que sendo uma leiga no que concerne à linguagem e termos utilizados no mundo da web, ele faz uma revisão dos termos, na descrição de ferramentas de media social, assim como vai relatando conclusões retiradas de estudos, propiciando um olhar mais atento às finalidades de utilização de determinadas ferramentas. A framework traz uma alusão do uso de determinadas ferramentas adaptadas aos diferentes objetivos que se pretende alcançar. Desenhada em prole das ferramentas de media social e dos níveis de interatividade que estas permitem, estes estão dispostos por gestão da informação pessoal, interação social e colaboração, e gestão e agregação da informação (Dabbagh & Reo, 2011a; Kitsantas & Dabbagh, 2010, cit in Dabbagh & Kitsantas, 2012). As diferentes fases da framework são descritas na literatura revista, e com apoio a um quadro representativo da mesma. Esta framework não está contudo, ainda, empiricamente testada.

Com o estilo de vida atual, em que a aprendizagem ao longo da vida passou a ser um modo de estar na vida, a Web 2.0 e as suas ferramentas, potenciam o acesso rápido à informação, mas também à sua partilha, desenvolvendo-se a capacidade de se trabalhar colaborativamente, sem fronteiras geográficas, mas também partilhar informação do foro social e pessoal, promovendo as aprendizagens não só formais, mas igualmente as aprendizagens informais. Em termos educacionais, as ferramentas do media social facilitaram a criação de PLEs que agregam informação e possibilitam a partilha das aprendizagens, o que promove a geração coletiva de aprendizagem. Mediante isto, Dabbagh e Kitsantas (2012) providenciaram investigação que apoiasse esta afirmação, resultando posteriormente a framework pedagógica que tem como motivo central a utilização por parte dos docentes de forma a mostrar aos alunos como utilizar ferramentas de media social de forma a criarem a sua própria PLE. Esta, será centrada nos estudantes e terá como objetivo a promoção de uma aprendizagem autorregulada.

Com vista ao enquadramento de conceitos, assume-se aqui como media social uma variada rede de ferramentas, onde cada uma destas apresenta uma vertente específica para quem a trabalha. Como exemplo disso, e entre outras, temos o software de wiki que permite o trabalho colaborativo; software de partilha e com uma componente mais social, o Flickr e o Youtube; e como network mais social apresenta-se o Facebook e o Linkelin (Dabbagh & Reo, 2011b; Kitsantas & Dabbagh, 2010, cit in Dabbagh & Kitsantas, 2012).

No que concerne às PLEs, estas são um construto da modalidade de ensino em e-learning. Segundo Dabbagh & Kitsantas (2012), uma PLE desenvolvida numa ferramenta de media social favorece, por parte dos alunos, a aquisição de conhecimentos ou competências, banalizando o tipo de ferramenta que está a ser utilizada, pois permite a interação entre os diferentes elementos do grupo. Vários resultados de estudos sobre esta temática são relatados. Não revelando todos os resultados, deixo apenas algumas anotações: os aprendentes/estudantes necessitam de suporte, diretrizes e intervenções pedagógicas de forma a utilizarem da melhor forma possível os media social para atingirem os seus objetivos de aprendizagem (Cigognini, Pettenati, and Edirisingha 2011, cit in Dabbagh & Kitsantas, 2012); o uso de blogue ajudou uma comunidade de estudantes a desenvolver as suas próprias aprendizagens, aumentou o envolvimento no curriculum do curso, promoveu o desenvolvimento das comunidades de aprendizagem informal (Harrison, 2011, cit in Dabbagh & Kitsantas, 2012); o blogue promove a sensação de pertença a uma turma em que as suas opiniões contam, sendo estes mais eficazes quando facilitam o acesso do material escolar aos estudantes, apresentam reflexões sobre artefactos de tarefas de aprendizagem, e a contribuição dos seus pares (Churchill, 2009, cit in Dabbagh & Kitsantas, 2012). 

Saliento ainda que este artigo possui uma bibliografia com vários documentos disponíveis na Web.

4 comentários:

  1. Cara Claudia,

    Tentei aceder ao artigo que refere, mas pediu pagamento.

    Desta forma, comentarei apenas o seu resumo e alguma controvérsia por parte de outros autores que contrapõem o conceito de LMS a PLE.

    Acabei de ler um artigo em co-autoria de Scott Wilson, de 2007, »PLE: challenging the dominant design of educational systems», em que o modelo VLE é considerado fechado por oposição ao PLE aberto, em que o VLE é um espaço protegido e acessivel apenas a quem tem permissões e o PLE é controlado pelo próprio.

    O PLE permite a partilha dos recursos e faz uso das licenças do creative commons, permitindo a modificação e republicação, enquanto que o VLE é um pacote de objetos de aprendizagem (recursos e atividades) confinado, que funciona no âmbito organizacional.

    Penso que são filosofias diferentes, cada uma cumprindo o seu papel. Eu utilizo profissionalmente um VLE (e também o utilizamos no nosso curso- Moodle)e penso que tem a sua utilidade, não impedidndo que utilizemos outras ferramentas complementarmente. Não prescindo, no entanto, de ter a liberdade de escolher a forma de me organizar virtualmente e de utilizar as ferramentas da minha escolha para aprender e trabalhar.

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  2. Olá Ida, bom dia,

    Antes de mais, obrigada pelo seu comentário.

    Ainda tento ladrilhar por entre os conceitos utilizados. Devido a não ter reunido uma pesquisa pessoal para os VLEs, não posso de momento contribuir para um debate desta natureza.

    Quanto ao artigo que escolhi, quando entrar através do link que forneci, do lado esquerdo superior, irá encontrar um link a dizer "pdf (193K)". Terá, desta forma, acesso ao artigo sem ter de efetuar pagamento.

    Por questões de integridade de material alheio, e por não ter pedido permissão aos autores, não coloco aqui o pdf. Todavia,através do site da sciencedirect é passível de lá se chegar.

    Espero que num futuro próximo possamos trocar ideias sobre este(s) mundo(s) virtual(is).

    Até lá, disponha. Comente. Apareça ;)

    CG

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  3. Olá,

    Ida, para aceder ao artigo gratuitamente, terá que o fazer através da b-On e depois aceder ao Science Direct.

    Cláudia, curiosamente, selecionámos o mesmo artigo para analisar. A colega Ida está sempre em cima do acontecimento e deu conta dessa situação :) É interessante ver que temos duas abordagens diferentes ao mesmo artigo. Por isso, deixo aqui um convite para ir lá espreitar, para podermos debater algumas questões.

    Até já,
    Paula

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  4. Olá Paula,

    Dá para aceder ao artigo através do link que enviei, e seguir as indicações que acima postei. Ou então através da b-on. Uma das vantagens da internet é que dá para se chegar ao mesmo porto de várias formas :)

    Li a análise do seu artigo. Não me pareceu que tivessemos abordagens muito díspares. As leituras dão é importância a diferentes aspetos do artigo, mas isso devido a estarmos em patamares diferentes sobre o mundo das PLEs. Eu tenho uma necessidade de dissecar mais a informação, ao passo que a Paula já tem uma visão mais holística.

    Não estranhe termos escolhido o mesmo artigo :) Eu própria, que ainda não fiz a segunda bibliografia anotada, já reparei que alguns textos que tinha selecionado para potenciais leituras, já foram abordados. Confesso que esta situação me deixou a pensar :)

    Até breve,
    CG

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